22 de mai. de 2012

Resenha | Um Homem de Sorte

Todos nós temos seus ídolos, seja em qualquer campo: seja na música, nos esportes, etc. Pessoalmente, Nicholas Sparks é um dos meus ídolos no campo da literatura contemporânea. O modo como ele escreve é envolvente e creio que de simples (como muitos falam) não tem nada - creio que suas técnicas são muito bem estudadas, dado o sucesso. Apesar de poucas frases realmente marcantes em suas obras, Nicholas sem dúvidas sabe como contar uma história. Não é um fabricante de "quotes", mas sim um simpático contador de histórias. Um amigão. Em Um Homem de Sorte, é mais ou menos assim.


Logan Thibault é o protagonista dessa história. Um fuzileiro naval que ao encontrar uma fotografia em plena gerra no Oriente Médio, o faz dela um amuleto, sempre se vendo livre de grandes tormentas durante confrontos. Dispensado, sente-se conectado a mulher na fotografia e resolve encontrá-la, atravessando o país para tal feito. E o resto, vocês já sabem. Ele encontra Beth, seu filho Ben, sua avó Nana e um passado 'presente'.

Ler Um Homem de Sorte foi bem agradável, como todas as suas obras. É belo o modo como ele leva a história, deixando pistas para futuros acontecimentos e os diálogos são bem desenvolvidos. Toda a criação do, digamos, clima da história está lá, com aquele toque clássico interiorano (o livro se passa na Carolina do Norte), típico de suas obras. Os personagens sem sobra de dúvidas são o seu maior trunfo. Deixando um pouco de lado a história, cada um deles é bem desenvolvido e, principalmente, reais. Diferente de vários autores, Nicholas não nos joga esteriótipos fáceis (e previsíveis) de serem desenvolvidos, mas cria verdadeiros humanos com sentimentos a flor da pele, histórias para contar e memórias a relembrar. Outro ponto curioso é que Nicholas se aventura pelo campo espiritual sem tirar os pés do chão (certa novidade em suas obras), o que achei interessante e freshSimplesmente fascinante.

A princípio a história é bem interessante e nos dá uma expectativa positiva com relação ao livro. Mas, ao ler percebi que Nicholas poderia (e pode) fazer melhor. As quase cem páginas são de certa forma dispensáveis, com poucos acontecimentos realmente relevantes (mesmo com o bom desenvolvimento dos personagens). Realmente não chorei com esse livro, mas não creio que minha insensibilidade tenha a ver com isso. Os vínculos de leitor + personagem são feitos, mas falta aquele sentimento de "isso não pode acontecer". Realmente, não senti muitas emoções como em outras obras. O autor adota o estilo já usado em A Última Música com relação a divisão de seus capítulos: são divididos pelo nome dos personagens, que eu realmente adoro. 

Com um final extremamente rápido, porém inteligente e na medida certa de desespero para quem lê, Um Homem de Sorte é um bom e agradável livro, porém como fã do autor esperava mais desenvolvimento, mais momentos de reflexão (coisa essa que não encontro desde A Última Música), e mais impacto com os acontecimentos. No mais, não deixo de recomendar o livro, principalmente para quem quer uma leitura leve e real. Essa história poderia acontecer com você, e isso Nicholas sabe fazer como ninguém.

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